terça-feira, 15 de novembro de 2016

INSTRUMENTOS UTILIZADOS NO SIRIRI E CURURU

Para a cantoria do Cururu utiliza-se a viola de cocho,  e o ganzá. Já para o SIRIRI são utilizados o GANZÁ, o RECO-RECO – chamado também de carcachá ou cara crachá .


 A VIOLA DE COCHO é um instrumento típico de Mato Grosso.  È  feita  artesanalmente, de um tronco de madeira inteiriça e ainda verde, de preferência, tipo, sarã de leite, por exemplo. É aplicado um molde com o formato da viola nesse tronco, para que o artesão possa delimitar o espaço onde deve esculpir o tronco, fazendo o contorno do instrumento externamente. Em seguida ele irá buscar contornar o instrumento pela parte de dentro. A obra estará pronta quando as paredes ficam bem finas e o tronco ganhou a forma de um cocho propriamente dito.
                                  


O GANZÁ é um instrumento musical medindo de 40 a 70 cm, feito de bambu com ranhuras no sentido transversal ao comprimento. As ranhuras são friccionadas por uma baqueta, pedaço de pau, garfo ou até mesmo pedaço de osso de costela de boi. São feitas também de 3 a 4 rachaduras no sentido longitudinal do bambu, dependendo do diâmetro deste, para que o som não saia abafado. O instrumento é tocado movimentando-se um osso de costela bovina de cima para baixo e de baixo para cima. É semelhante ao reco-reco, sendo tocado para acompanhar o cururu e até o rasque ado onde o número de violas de cocho é sempre maior, pois o som do ganzá é muito alto
                                        


Reco-reco ou dikanza (também conhecido no Brasil por: raspadorcaracaxá ou querequexé[ é um termo genérico que indica os indiofones cujo som é produzido por raspagem. Há dois tipos básicos de reco-reco. O brasileiro, que é feito de aço, e o de madeira de origem angolana, muito comum em estilos de música latino-americanos como a cumbia e a salsa. Este último é constituído de um gomo de bambu ou uma pequena ripa de madeira com talhos transversais. A raspagem de uma baqueta sobre os talhos produz o som.


                                       



De origem indígena, , os instrumentos  utilizados no cururu e o siriri não foram registrados em livros, nem em museus. Eles foram passados de geração para geração, de pai para filho, e vem  mantendo a sua sobrevivência  a  professores que  tem passado a cultura para os alunos. 



TRAJES DE SIRIRI E CURURU

Os trajes de siriri se destacam pela presença constante de cores alegres e bastantes fortes. Os vestimentos das damas se caracterizam por estampas tradicionais ou floridas e saias bastante longas, para que haja um movimento bastante chamativo e que de mais destaque para a dama.

As roupas dos cavaleiros se caracterizam pelas mesmas estampas da saia da dama com camisas longas e calças compridas e chapeis enfeitados.









Os trajes de cururu vão de acordo com o seu estado, mas os homens também na maioria das vezes estão de camisas longas e calças compridas 






REVIVENDO A CULTURA MATOGROSSENSE




 No dia 10 de Outubro de 2016, na escola estadual Júlio Muller, ocorreu uma entrevista sobre a cultura de Mato grosso e de Barra do Bugres. Os entrevistados são: senhor Manuel João, morador de Bara do bugres e grande conhecedor da cultura local, e Maninho,morador de Barra do bugres, sempre esta presente nos eventos culturais no estado de Mato grosso e Representante do grupo de Siriri e Cururu de Barra do Bugres, chamado  Me Chama Que Eu Vou.


Os alunos do terceiro ano do período matutino, fizeram varias perguntas, que foram todas respondidas pelos entrevistados.

Se inicia a entrevista:

Senhor Manuel, como surgiu o Siriri e o Cururu?

Manuel João: Antigamente, havia muitas festas, na maioria das vezes religiosas, então surgiu o siriri e o Cururu como uma forma de diversão. No cururu cada personagem tinha seu papel, o povo dançava e os cantores, simplesmente, cantavam até o amanhecer.

Como se Pratica o Siriri e o Cururu?

Manuel joão: Bom, o Siriri é praticado usando os  instrumentos musicais, viola de cocho, o carcacha (ganzá) e o mocho ou tamboril. Já o Cururu é dançado em forma de roda, ou seja, dançado no sentido circular.



Maninho, o Cururu em todas as regiões é praticado do mesmo jeito ?

Maninho: Não, em cada região é diferente, por exemplo, em Cáceres e Poconé é mais rápido do que em outras regiões.

Como você vê a poaia no cenário cultural de Mato Grosso?

Maninho: Bom, a poaia tem grande relação com a cultura do nosso estado, pois é uma das grandes riquezas, mas devido o seu grande valor comercial, os desmatamentos e a extração ilegal, esta cultura esta quase se acabando!

Senhor Manuel, só pra finalizar, como o senhor vê a cultura daqui algum tempo?

Manuel João:  COMO A FALTA DE INTERESSE HOJE É MUITO GRANDE. DAQUI ALGUM TEMPO, INFELIZMENTE, A CULTURA VAI ACABAR!


"Quando você desenvolve a cultura, multiplica o espaço para vozes que refletem sobre os problemas da sociedade. Se o Ministério da Cultura funcionar, a criticidade da cultura brasileira dará grande contribuição ao desenvolvimento democrático do país." - Francisco Weffort

A ORIGEM DO SIRIRI E CURURU

CURURU é uma Dança folclórica regional típica da região Centro-Oeste (especificamente no estado de Mato grosso), mas originária de São Paulo. Também pode ser somente cantada, com dois violeiros a disputar versos e repentes. No Centro-Oeste é típica das festas dos santos padroeiros, principalmente do Divino Espírito Santo e de São Benedito o Cururu é uma dança de homens, com cantos de desafios que narram fatos bíblicos sobre o santo que está sendo homenageado.
Tem como acompanhamento instrumental duas violas de cocho, um ganzá ou carcachá (reco-reco de bambu), garfo e prato de ágata e é mais comumente dançado entre junho e agosto.
Dez ou vinte homens formam uma roda no sentido horário. O pé direito dá um passo, o esquerdo encosta atrás. Depois, o direito encosta atrás, e assim por diante.
Há várias hipóteses para a origem do cururu. Alguns pesquisadores afirmam que é uma dança de origem tupi-guarani, de função ritualística. Outros a consideram uma dança que recebeu igual influência do misticismo indígena, dos ofícios jesuítas e dos negros africanos. Inicialmente como dança de roda e usada pelos jesuítas na catequese, foi evoluindo para dança de festa religiosa e atualmente pode ser só cantada, em versos e desafios. O cururu só ficou nacionalmente conhecido quando foi levado como espetáculo ao público, por Cornélio Pires, em 1910. Hoje, como outras tradições folclóricas, está deixando de ser passada para as novas gerações.
A origem do nome também é controversa. Há duas teorias: uma, que diz que vem de "caruru", uma planta que era cozida com o feijão servido antes do início das orações e da dança; e outra que remete a origem ao sapo-cururu.





SIRIRI é uma dança folclórica da região Centro oeste do Brasil e faz parte das festas tradicionais e festejos religiosos. A música fala das coisas da vida de forma simples e alegre. Como instrumentos musicais, acompanham a viola de cocho, o carcacha (ganzá) e o mocho ou tamboril. A origem do termo siriri é incerta.
expressão corporal e a coreografia transmitem o respeito e o culto à amizade, por isso é conhecido como dança mensagem.
Ela é dançada com vários passos, como o dos homens, colocam os braços nas costas enquanto as mulheres mexem sua saia.Há vários outros movimentos como o de que eles parecem estar brincando.
É praticada por crianças, homens e mulheres especialmente nos seguintes lugares:
  • Mato Grosso: nas cidades e na zona rural da Região Metropolitana de Cuiabá (caracterizada por 111 municípios: Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço, Acorizal, Rosário Oeste, Barra do Bugres, Jangada, Nobres, Chapada dos Guimarães, Nova Brasilândia e Tangará da Serra), além do Pantanal norte.             


    Grupo de Siriri Flor Ribeirinha de São Gonçalo Beira Rio

    Preservar as raízes de nossa cultura popular, valorizando o temos de mais característico, é tarefa daquele que ama realmente a nossa terra. O espetáculo é o culto a tradição, retratando a nossa cultura regional”, afirma Domingas Leonor, dirigente do Flor Ribeirinha.